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Agosto: Tempo de gestação...

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                                                                                                                       Imagem: @romislima Um belo texto sobre agosto...(atribuído como sendo de Miryan Lucy de Rezende, escritora e educadora infantil) "Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera! Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão. Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes

Pungente

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  Pungente (Romis Lima) Tanta confusão acontecendo mundo afora e mundo adentro...tanta tragédia, mortes, fome, dor, tensão, conflito, tanto excesso de horror e tanta carência de humanidade, de amor, de bom senso, de respeito ao outro...de alteridade... Acorda-se bem, mas aí lê-se as notícias e depara-se com a insustentabilidade cotidiana da vida...humanos em luta contra a natureza, contra os seus iguais e os seus diferentes... nessa batalha todos perdem, tudo se perde. Mas há um dia para tocar e viver...é preciso insistir no desejo de ficar bem, na esperança de produzir algum reflexo no mundo pandêmico lá de fora... segue-se assim, por alguns minutos, horas...desliga-se. Não mais que isso, porque a realidade bate na cara o tempo todo... já viu quantas pessoas morreram por causa da Covid-19? Já viu quantas pessoas no mundo passam fome? Já viu que o céu está lindo e que há flores novas brotando? Viver é quase sempre assim...você nasce e inicia-se o ritual de boas-vindas ao mundo

Para não dizer que não falei de flores quando nos tiraram direito de sermos vacinados...

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Para não dizer que não falei de flores...ela é minúscula tem apenas 0,5 cm, mas é majestosa e efêmera...dois, três dias e morre. Cultivar plantas e flores nos ajuda a vencer canhões...a tentar superar o Brasil em tempos de Covid-19...ajuda a ter esperança de estarmos vivos amanhã, ainda que sem a vacina que nos foi tirada. Hoje estou fazendo de uma florzinha o meu mais forte refrão. Bastariam duas doses de uma das vacinas que já existem para que milhares de pessoas estivessem vivas no Brasil, mas, era uma vez em que um presidente da República recusou, insistentemente, a compra de uma das vacinas que salvariam milhares dos que morreram.  

O Brasil e a Fome... "A Alma da Fome é Política..."

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O Brasil está correndo sério risco de voltar a compor o Mapa Fome, se é que já não voltou a isso... o Mapa é publicado periodicamente pela ONU (Organizações das Nações Unidas) no qual constam os países que possuem mais de 5% da população em grau de insegurança alimentar grave, ou seja, ingerindo menos calorias do que o recomendável. Dados do IBGE de 2018, já apontavam que 5% da população se encontravam nessa situação. O Brasil foi retirado do Mapa da Fome em 2014, quando o índice estava em 3,6% da população, o que ainda é um índice alto, mas pela primeira vez estávamos reduzindo o número de famintos no País. A história da fome no País é longa e antiga. Josué de Castro já nos falou sobre isso, aliás, teve que permanecer em exílio na França, onde morreu, a partir de golpe de 1964. Betinho, o sociólogo Herbert de Souza, também denunciou a fome, na década de 1980, após retornar ao Brasil...ele também teve que viver exilado. Na década de 1990 liderou a campanha "Ação da Cidadania contr

Dia Mundial do Livro 2021

                                      A boa leitura sempre alimenta a alma...e nestes tempos difíceis, nem se fala...

As "peças vivas" de Martius e Spix:

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  Os naturalistas alemães Martius (médico e estudiodo de botânica) e Spix (médico e zoólogo) chegaram ao Brasil em 1817 na comitiva de Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, e já casada (por procuração) com D. Pedro I. Foram inseridos na comitiva por pedido do rei da Baviera, no grupo comandado por dois pesquisadores renomados. Aqui ficaram por três anos e ao retornarem para o país de origem levaram consigo quatro crianças indígenas para que fossem apresentadas (leia-se expostas) ao público na Europa. Apenas duas crianças sobreviveram ao longo percurso da viagem, a menina Miranha, batizada por Martius como Isabela Miranha e o menino Juri, que recebeu o novo nome de Johannes Juri, ambos da região de Porto dos Miranhas, na Amazônia (Figuras abaixo). Os dois não foram os únicos expedicionários que levaram índios para a Europa (sugiro ler os registros existentes sobre os zoológicos humanos na Europa). Já em Munique os dois indígenas foram colocados em exposição no Palácio Real, junt

O título...

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Um olhar na amplidão... É o desejo de olhar do alto e de olhar além. Como mineira, longe de Minas, o desejo por montanhas grita com certa frequência...nem sempre de estar no cume de uma delas, mas de saber que pertenço ao montanhoso, às ondulações, às serras e às curvas. Mas, significa também saber que estar no alto de uma montanha sempre me lembra de que sou uma minúscula pedra solta no universo. E que do alto é possível perceber o que realmente é importante na vida, além, é claro, de ar puro, conexão com a natureza a quem um dia irei me misturar em pó. Este é um blog novo de título velho, já que o antigo "um olhar na amplidão" se perdeu em meio à grande nuvem da internet...